Centenário da obra “O Profeta”, do filósofo Khalil Gibran, é aberto com espetáculo cênico

A Semana da Arte de 2022 da Organização Nova Acrópole em Fortaleza (CE) encerrou com a estreia nacional da adaptação teatral de “O Profeta”, livro mais famoso de Khalil Gibran, uma das obras mais lidas no mundo e que no próximo ano completa um século de sua publicação original.

O texto do espetáculo é da professora da Nova Acrópole, Lúcia Helena Galvão, que também assina o prefácio de mais uma edição da obra quase centenária.

O livro conta com 28 ensaios poéticos. A peça com 12 deles. A escolha privilegia temas transversais, como o amor e a morte, e, em simultâneo, convida o público para ir além do cênico para que se chegue ao pensamento de Gibran. O objetivo de transformar “O Profeta” num espetáculo teatral, segundo Lúcia Helena Galvão, era torná-lo ainda mais acessível.

“No livro O Profeta a beleza da forma e a profundidade mística do conteúdo abraçaram-se de maneira intensa”, escreveu a professora.

O monólogo foi encenado em sua estreia durante a Semana da Arte promovida pela Nova Acrópole em duas noites, 4 e 5 de junho, com total lotação do Theatro José de Alencar, em Fortaleza.

O personagem central do livro, Almustafa, no palco é interpretado pelo libanês Sami Bordokan, que também é cantor e com o irmão Willian assinam a direção musical, enriquecendo a peça com instrumentos ancestrais como o alaúde, a flauta nay, a rabab e a derbak. A encenação é de Luiz Antônio Rocha, a iluminação de Ricardo Fujii e cenário e figurinos do artista plástico uruguaio Eduardo Albini.

Gibran, conta-se, não gostava que o tratassem por filósofo, mas a autora da peça explica que a palavra define bem o autor. Filósofo, claro, compreendido em seu sentido primeiro, de quem se dedica ao saber. Ao saber que fala da vida de cada um de nós.

A intimidade da professora Lúcia Helena com a obra de Gibran se traduziu primeiro em uma série de aulas, disponíveis no canal Nova Acrópole Brasil no YouTube, com uma leitura pormenorizada da obra; em textos sobre ele, como na apresentação da recente edição da Ajna; e, por fim, no espetáculo que, após estrear por Fortaleza, passará por outras capitais do país.