Nova Acrópole e Universidade de Brasília promoveram painel sobre Educação para Paz em Nova York
A Organização Internacional Nova Acrópole no Brasil, em parceria com o Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da Universidade de Brasília e o Instituto Paraense de Educação e Arte (Ipearte) promoveram o painel “Educação para Paz” no Consulado Brasileiro em Nova York, no dia 12 de julho.
Estiveram presentes organismos internacionais, organizações não governamentais, representantes de instituições brasileiras na área de educação e membros da comunidade brasileira no país que acolheram com interesse o aporte da Filosofia Aplicada como elemento humanizador da educação.
A ministra Marissol Romariz, do Consulado Brasileiro, deu as boas-vindas e falou sobre o protagonismo brasileiro na elaboração dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os objetivos tiveram origem na Rio 92 e, por sua vez, serviram de base para os “Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”. Falou ainda sobre a importância de instituições como Nova Acrópole para promover o ODS 16 que trata de Paz, Justiça e Instituições Fortes.
Logo após, a professora Melissa Andrade Costa, voluntária de Nova Acrópole, apresentou a Filosofia como busca pelas essências e causas mais profundas dos acontecimentos. Sua fala incluiu ainda como a Filosofia Aplicada trata de conhecer as leis da natureza para viver em harmonia com elas. Nesse sentido, o conceito de paz pode ser entendido não apenas de forma política, mas como um componente essencial e interno a cada ser humano. Andrade argumentou também sobre a necessidade de se fazer uma ponte entre a dimensão interna do ser humano e a política pública. O objetivo é que esta última possa ter maior profundidade, promovendo mudanças que estejam ancoradas, antes de tudo, em uma base mais essencial e sustentável.
Educação para Paz através de programas voltados para crianças
O professor Mário Brasil, da Universidade de Brasília, apresentou o programa “Música para o Bem”. A iniciativa faz parte do programa “Criança para o Bem”, que promove a autoestima e o crescimento de crianças e jovens, baseado em valores humanos. Ele contou como este trabalho contribui para a promoção da paz porque, entre outras coisas, oferece aos jovens alternativas de convivência e perspectiva de vida para além da violência a que estão expostos de maneira cotidiana na periferia de Brasília.
A palestrante Katia Lazera apresentou como o trabalho com arte e filosofia pode ser transformador para crianças e jovens. Katia é fundadora e diretora do Ipearte, instituição que trabalha com crianças em situação de vulnerabilidade em Marituba, no Pará. O instituto se tornou referência no município ao acolher crianças no contraturno escolar e contribuir para o desenvolvimento local. O programa é um agente indutor do desenvolvimento local porque dialoga e trabalha em rede com outras instituições locais.
Katia também apresentou o programa “Criança para o Bem”, sediado em Brasília e realizado com a metodologia “Aprender para o Bem”. O programa acolhe crianças e ensina como as virtudes são fundamentais para a construção de cada indivíduo. As crianças relatam que aprendem sobre o amor, convivência, respeito e solidariedade, entre outras virtudes, contribuindo para uma convivência melhor na família e com seus pares.
Filosofia para encontrar respostas mais profundas
Finalmente, o evento contou com perguntas da plateia, que incluiram o conceito da paz a partir da visão filosófica e a arte como ferramenta de coesão social em iniciativas em outros países. Além disso, esteve em pauta como a filosofia poderia aportar para trazer uma visão mais profunda, contribuindo para políticas mais inclusivas e humanas.
A síntese do evento mostra a necessidade de mudança de um paradigma tecnicista, externo, para uma visão de mundo mais humana e profunda. Nova York é uma cidade de contrastes, com muitos e visíveis problemas sociais. Há muita dor humana que necessita ser cuidada e não pode ser resolvida apenas com aporte financeiro, mas sobretudo com novas perspectivas, sonhos próprios da alma humana. O evento tratou destes desafios, que não são próprios apenas de Nova York. Em todos os lugares, o ser humano necessita de respostas mais profundas e humanas para conduzir sua vida com presença e sentido.